sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Era uma vez......

Manuel S. tem 84 anos. Vive na aldeia onde nasceu. Foi ali que casou com Joaquina M., com quem criou quatro filhos. A casa onde Manuel mora está em condições de ser habitada, mas desde que Joaquina morreu (há aproximadamente um ano), a manutenção da casa não é feita e as refeições de Manuel resumem-se a um copo de leite e um pão com qualquer coisa que tiver à mão, ou a um caldo, à noite, quando não adormece antes de comer, em frente da televisão. Este facto preocupa os filhos de Manuel S. Como os preocupa o pai já se ter esquecido uma vez de desligar o fogão, ou ter deixado o aquecedor eléctrico ligado uma noite inteira, em frente ao molho de jornais. Como residem todos longe, não podem dar ao pai o apoio de que ele necessita e que gostariam. Além disso, a saúde de Manuel tem tido altos e baixos: a tensão tem estado alta, surgiram algumas dificuldades para andar e vê cada vez pior, mesmo com os óculos que lhe foram receitados na última consulta. Assim, a família juntou-se e decidiu que o melhor era Manuel ir viver para uma estrutura residencial, na vila mais próxima. E esta decisão foi tomada apesar de ele ter dito, por várias vezes e de forma clara, que não quer sair da aldeia onde sempre viveu, nem da casa onde morou com Joaquina e onde viu crescer os filhos. “Quem dá depois comida ao gato?” – pergunta ele, não querendo dar parte de fraco, mas para mostrar a “impossibilidade” da proposta dos filhos...

Parece-lhe que esta decisão foi a melhor para Manuel S.? 

Acha que os filhos tomaram a atitude correcta? 

Se fosse responsável por uma estrutura residencial, aceitaria que Manuel S. ingressasse nela?

Idoso - Foto Getty Images:

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