O cancro e a doença pulmonar obstrutiva crónica associados ao
consumo de tabaco estão a aumentar em Portugal, segundo a coordenadora
da comissão de tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
"Há apenas uma diminuição da incidência das doenças cardiovasculares
associadas ao tabagismo devido às novas tecnologias, mas a incidência de
cancro está a aumentar, tendo-se registado nos últimos dois anos um
aumento de 23 para 25% no número de fumadores", referiu à agência Lusa,
Ana Maria Figueiredo.
Ana Maria Figueiredo, que falava a propósito do Congresso de
Pneumologia do Centro, que se vai realizar hoje e amanhã, em Viseu,
referiu que se regista um aumento de fumadores em idades mais jovens e
que o número de mulheres fumadoras se aproxima dos homens.
Segundo a especialista, verifica-se um aumento do cancro do pulmão e
de outros tumores associados ao consumo de tabaco. A coordenadora da
comissão de tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia defende uma
legislação mais restritiva sobre o tabaco, sem exceções, referindo que
"nos países com legislação mais restritiva existem menos jovens a
iniciarem-se no tabagismo".
"Haverá outros fatores para o aumento do número de fumadores, mas
precisamos de uma legislação forte que seja cumprida, que tenha
vigilância no terreno", adiantou Ana Maria Figueiredo, que considera
"importante os mais jovens viverem num ambiente em que fumar não é
regra".
O Congresso de Pneumologia do Centro tem como objetivo discutir as
novas alternativas ao tabaco, como por exemplo os cigarros eletrónicos,
tabaco de mascar ou cachimbos de água, que são igualmente prejudiciais à
saúde.
"A forma saudável de fumar é não fumar", salientou Ana Maria
Figueiredo, também pneumologista no Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra, que espera uma mudança de paradigma na sociedade portuguesa
para que as pessoas sejam informadas dos malefícios de todas as formas
alternativas aos fumadores.
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