É a esta pergunta que o casal de bloguers Anita e Tom Fakler tenta
responder num extenso artigo publicado esta semana online. O texto
explora as raízes desta tradição nacional e deixa dicas sobre as
técnicas por detrás da bica portuguesa.
“Qualquer amante de café que tenha visitado Portugal sabe que nada vai
melhor com um pastel de nata do que uma boa chávena de café – que é como
quem diz ‘uma bica’, em Lisboa, ou um ‘cimbalino’ no Porto”, explica
Anita na introdução do artigo.
Em Portugal, o café é um pretexto para juntar amigos, garante Anita: “A
expressão ‘vamos tomar um café’ é uma tradição em Portugal, país onde,
até há pouco tempo, 80% das pessoas tomava café na rua e não em casa”.
Uma desculpa para juntar amigos
Uma situação que tem vindo a mudar graças às máquinas de café expresso caseiras, avisa a autora, salientando que, ainda assim, ‘tomar um café’ continua a ser a desculpa preferida para passar horas nas esplanadas à conversa com amigos.
Uma desculpa para juntar amigos
Uma situação que tem vindo a mudar graças às máquinas de café expresso caseiras, avisa a autora, salientando que, ainda assim, ‘tomar um café’ continua a ser a desculpa preferida para passar horas nas esplanadas à conversa com amigos.
Fascinada com a cultura do café em Portugal, Anita visitou a Associação
Industrial e Comercial do Café (AICC). Teresa Ruivo, uma das
responsáveis daquela entidade, revelou à bloguer parte da história desta
tradução portuguesa e da sua produção.
Assim, Anita e o marido ficaram a saber que foi do Brasil que veio a
tradição do consumo de café acabado de fazer e que foram as máquinas
italianas, como as Cimbali, (ainda hoje usadas na maior parte dos
estabelecimento) que popularizaram o seu consumo nos estabelecimentos
comerciais. Contudo, de acordo com Teresa, estas máquinas são sempre
adaptadas à temperatura e à pressão mais apreciada pelos portugueses.
B (beba) I (isto) C (com) A (açúcar)
B (beba) I (isto) C (com) A (açúcar)
Durante a época da ditadura, o café português vinha exclusivamente das
colónias o que disseminou o hábito de beber grãos da variedade Robusta –
que dão um café mais forte a amargo, conta o artigo. Terá sido assim
que nasceu a BICA, diz ainda Anita, acrescentando que, em Portugal, há
até quem diga que a palavra ‘bica’ significa B (Beba) I (isto) C (com) A
(açúcar).
A bloguer de viagens salienta que as marcas mais famosas de café em
Portugal preferem tostar os grãos lentamente, uma técnica muito
diferente da usada em Itália. A torrefação lenta e a baixas temperaturas
e a utilização de jatos de água quente com alta pressão para fazer o
café, são os dois principais segredos por detrás da distinta bica
portuguesa, segundo a autora do texto.
A autora termina o artigo com uma visita à Academia do Café, em Lisboa, uma empresa que oferece cursos e workshops que ensinam a preparar o melhor café, desde a torrefação à preparação final, abordando outras questões como a moagem e os respetivos equipamentos.
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