quinta-feira, 25 de junho de 2015

Descalços e felizes

 
 
Às vezes é porque se teme que o chão frio cause resfriados. Outras vezes porque se quer ‘formar’ o pé em crescimento da forma mais adequada. E há ocasiões em que os sapatos são vistos como o complemento perfeito da toilette. O facto é que, desde muito cedo, as crianças deixam de ter os pés livres o que, de acordo com especialistas espanhóis, não é a melhor estratégia. Os bebés que são deixados descalços tendem a ter melhores experiência de aprendizagem e a serem mais felizes.

Para os cientistas da Escola Universitária de Enfermaria, Fisioterapia e Podologia da Universidade Complutense de Madrid, todas as crianças a partir dos sete meses deveriam andar regularmente descalças, já que os pés são uma ferramenta cognitiva importante e, em algumas situações, mais eficaz que as mãos.
Isabel Gentil García, professora daquela instituição e autora do estudo, garante que os pés servem às crianças para processar informação, através dos estímulos físicos e sensoriais. E se existem ocasiões em que os sapatos são adequados – em situações de proteção contra o frio – na maior parte dos casos é importante deixar os pés descalços, mesmo a partir do momento em que o bebé começa a gatinhar.
A mesma especialista, que reviu vários estudos internacionais sobre esta matéria, revela que todos “coincidem na ideia que o desenvolvimento do bebé é fruto de uma complexa interação entre o ambiente e o organismo e que no momento inicial do ganho das capacidades cognitivas não existe uma diferença entre o ‘eu’ e o mundo exterior. Tudo é o mesmo bloco”.
Nesse momento, é importante que o bebé que ainda não anda “explore e sinta diretamente as diferentes texturas” provenientes, por exemplo, de almofadas, espumas, vários tipos de soalho, madeira, relva e até água. “Tudo isso faz parte da aprendizagem”, diz Isabel Gentil García. Neste enquadramento, o calçado não se justifica, já que “impede receber sensações e adiciona um peso excessivo aos pés, trava os movimentos e pode inclusivamente causar lesões”, adianta, acrescentando: “deve estimular-se as crianças a desfrutar do seu corpo e da sua motricidade, com os pés descalços”.

fonte:bancosaúde

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