É uma boa notícia para os mais gulosos: o chocolate está associado a
uma redução do risco de doenças cardiovasculares, podendo contribuir
para prevenir, por exemplo, ataques cardíacos ou AVC's. A conclusão é de
um novo estudo escocês, que revela que os benefícios são comuns ao
chocolate preto e de leite.
Investigadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, analisaram um
grupo de cerca de 21.000 homens e mulheres adultos que participaram num
censo (o "EPIC-Norfolk Study") que está a acompanhar o impacto da dieta
na saúde a longo-prazo baseando-se em questionários sobre alimentação e
estilo de vida.
Os cientistas levaram ainda a cabo uma análise sistemática de todos os
dados disponíveis a nível internacional acerca da associação entre o
chocolate e a doença cardiovascular, envolvendo quase 158.000
voluntários, e concluíram que "um maior consumo de chocolate está
relacionado com um menor risco futuro de eventos cardíacos", afirma, em
comunicado, um dos principais autores do estudo, Phyo Myint.
Segundo o professor de Medicina, os resultados da investigação,
publicados, recentemente, na revista científica "Heart", indicam que o
chocolate de leite, muitas vezes considerado menos "saudável" que o
chocolate preto, foi o mais consumido pelos participantes no estudo,
pelo que os benefícios podem ser extensíveis a este tipo de guloseima.
"[Estas conclusões] podem sugerir que os benefícios não se devem apenas
aos flavonóides [do chocolate preto], mas a outros compostos,
provavelmente associados aos constituintes do leite, como o cálcio e os
ácidos gordos", aponta o investigador, acrescentando que "não parece
haver quaisquer evidências de que o consumo moderado de chocolate
aumente o risco de doença cardiovascular".
Estudo não permite ainda "conclusões definitivas"
Estudo não permite ainda "conclusões definitivas"
No âmbito do estudo, um maior consumo de chocolate apareceu associado a
indivíduos com idades mais jovens, maior consumo energético e uma dieta
com mais gorduras e hidratos de carbono e menos proteínas e álcool,
observando-se, geralmente, em pessoas "com um perfil favorável em termos
de risco de doença cardiovascular".
Segundo os especialistas, a investigação demonstrou que, "em comparação
com os que não comiam chocolate, aqueles que ingeriam cerca de 100
gramas diários apresentavam um risco 11% inferior de doença
cardiovascular e 25% menor de morte associada", bem como menos 9% de
probabilidade de serem hospitalizados ou falecerem em consequência de
doença arterial coronária.
"Um maior consumo de chocolate apareceu, também, associado a um risco
23% inferior de acidente vascular cerebral, mesmo quando foram tidos em
conta outros fatores", acrescentam os investigadores em comunicado.
A equipa da Universidade de Aberdeen alerta, porém, que está em causa
"um estudo observacional, pelo que não podem ser retiradas conclusões
definitivas sobre causa e efeito", até porque os questionários,
preenchidos pelos próprios voluntários, nem sempre são suficientemente
precisos.
"O facto de aqueles com maior risco de doença cardiovascular ingerirem
menos chocolate e alimentos que o contenham do que os mais saudáveis
também pode ajudar a explicar os resultados", sublinham ainda.
Sem comentários:
Enviar um comentário