Aprenda a identificar os sintomas e a reagir
Um alerta sobre os sintomas de um ataque cardíaco, que já circulou
por e-mail e pelas redes sociais, chama a atenção para o facto destes
poderem ser bem mais diversos do que a simples dor no braço esquerdo ou a
dor no peito.
Essa informação é pouco rigorosa, pelo que se
impõe o devido esclarecimento, prestado pelo presidente da Fundação
Portuguesa de Cardiologia Preventiva, Fernando de Pádua, um dos maiores
especialistas portugueses nesta área.O mito
Nem todos os sintomas de ataque de coração serão uma dor no braço esquerdo. Fique atento a uma dor intensa na queixada. Poderá nunca sentir a primeira dor no peito no decurso de um ataque de coração. Náuseas e suores intensos são também sintomas comuns.
Cerca de 60% das pessoas que tiveram um ataque de coração enquanto dormiam, já não se levantaram. A dor no peito, pode acordá-lo de um sono profundo.
De imediato, dissolva duas aspirinas na boca e, engula-as com um pouco de água. Ligue para o 112 e refira ataque cardíaco, a toma das aspirinas e espere pelo serviço de emergência. Não se deite.
A verdade
A dor mais típica num ataque cardíaco é a dor a meio do peito, retro-esternal, que pode ser também uma sensação de peso ou aperto e que, normalmente, é desencadeada por um esforço, como subir escadas ou andar depressa.
Na maioria dos casos, esta dor no meio do peito irradia para o braço esquerdo, mas também pode, por vezes, subir até ao queixo. As náuseas e suores são, também, sintomas comuns, mas, isoladamente, não significam necessariamente que se trata de um ataque cardíaco.
São pouco frequentes os casos de ataque cardíaco durante o sono, porque, normalmente, estes episódios ocorrem na sequência de um esforço. Ainda assim, se ocorrer durante o sono, o mais comum é a pessoa já não voltar a acordar.
Em caso de suspeita de ataque cardíaco, deve:
1. Chamar o 112 ou dirigir-se de imediato a uma urgência hospitalar. É nas primeiras horas que ocorrem mais arritmias mortais. A assistência médica atempada é fundamental para, através da administração de anticoagulante, dissolver o trombo (coágulo) que está a entupir a artéria coronária.
2. Tomar (e não dissolver na boca) uma ou meia aspirina. O ácido acetilsalicílico presente na aspirina vai diminuir a coagulabilidade do sangue e, por conseguinte, pode atrasar a formação do trombo.
3. Não há qualquer motivo para não se deitar. Enquanto espera pelo 112 ou é levado para o hospital, pode permanecer na posição que lhe for mais confortável, sentado ou deitado, sem qualquer prejuízo para a evolução do quadro clínico.
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